O QUE É O DATE RAPE?

Para os leitores de primeira viagem, o Fala,mana! é um grupo de enfrentamento contra o assédio sexual feminino que vem de todas as formas! Nós temos como objetivo nesse site de esclarecer e tentar passar o máximo de informações possíveis para as meninas que têm alguma dúvida sobre os tipos de assédio!

Então vamos lá..

O Date Rape de acordo com o dicionário significa : Estupro cometido por pessoas próximas , trocando em miúdos significa dizer que quando uma menina sai com um rapaz ,tipo um encontro ,sabem? ela acaba sendo estuprada no final desse “date”. Em outras fontes de informações eles acreditam que o estupro cometido por familiares também pode ser considerado um “Date Rape”. Os sentidos dessa expressão são diversos mas eles tem em comum o fato ,de mais uma vez, a autonomia da mulher não ser respeitada! Não deve ser TÃAAAO DIFÍCIL entender que quando dizemos um NÃO, É NÃO MESMO! NÃO INSISTA!

Para deixar claro como acontece esse tipo de coisa, peguei um depoimento de uma menina que passou por isso... A fonte é do site das Blogueiras Feministas!

"Quando eu tinha uns 19-20 anos, recém tinha terminado um namoro de 2 anos e estava curtindo a vidaloka. Tinha vários peguétes, estava curtindo ao máximo minha recém adquirida liberdade e quase independência financeira, saía muito, beijava muito e etc. Daí um dos meninos que eu ficava eu até que estava gostando, a gente se divertia muito, bebia horrores.Um dia a gente estava numa baladinha aqui e daí ele me convidou pra sair da balada e ir direto pra praia passar o final de semana. Eu topei, achei super massa essa loucurinha de tocar o foda-se e fazer o que dá na telha.Fomos pra praia, dormimos o dia inteiro e de noite fomos pra uma balada lá mesmo. Quando chegamos em casa ele estava trêbado, e daí veio querer transar – a gente, apesar de já estar ficando há algum tempo, ainda não tinha transado. Eu não quis, tava até meio com nojo, pq ele tava bêbado demais.Ele ficou insistindo, insistindo, e eu resistindo, não queria fazer. Mas sabe o que é PIOR? Eu pensava comigo mesma: Claro, eu vim até aqui, tô no mesmo quarto que ele, vamos dormir na mesma cama e agora eu não vou querer dar???? Tipo, na minha cabeça ele tinha todo o direito do mundo em exigir que eu desse pra ele, e a errada era eu em negar, eu me sentia como se eu tivesse “enganando” ele, afinal a partir do momento que eu aceitei ir pra praia, estaria aceitando o pacote completo. Eu lembro de fazer MUITA força com os braços pra afastar ele de mim, mas ao mesmo tempo me esforçar MAIS AINDA para não fazer barulho e acordar as outras pessoas que estavam no outro quarto. No final das contas ele acabou conseguindo o que queria, ele era bem grandão e forte, nunca que eu conseguiria impedir.Nunca mais falei com ele. Uns meses depois, num bar universitário que tem aqui, ele veio puxar papo, saber pq a gente não tinha mais ficado, dizer q tava com saudades. Eu respondi: você não lembra o q aconteceu aquela noite? Ele disse que não, e perguntou o que tinha acontecido… Bêbado fdp… Eu respondi: eu não queria transar com vc, vc me estuprou. Ele respondeu que não, que isso não podia ter acontecido. E ficou por isso mesmo."

Esse é um caso muito comum de Date Rape, infelizmente no Brasil não há nenhuma lei punitiva para esses casos de assédio! Ultrapassados no que diz respeito aos nossos direitos de ir e vir... E também tem a mentalidade arcaica de muitas pessoas , inclusive mulheres, que dizem: “ah,mas fulana aceitou sair” , “ah, se não queria pq beijou?” , “se entrou no quarto É PQ TAVA QUERENDO DAR”... entre outros pensamentos que aliviam a culpa do estuprador e nos colocando em posição de “atiçadoras do desejo masculino” muahahahaha.

Infelizmente a maioria das vítimas não se sentem no direito de fazer nada e ainda se sentem culpadas por isso. :(

Meninas, lembrem-se : sua autonomia deve ser respeitada acima de qualquer desejo masculino ! Se você aceita as preliminares, O DESFECHO NÃO É OBRIGATÓRIO!!! Tenha em mente que você é LIVRE.

Espero que tenha sido esclarecedor e não se esqueçam de repassar essas informações.

Lutando juntas, nós temos a possibilidade de defender nossos interesses, sem julgamentos e autoafirmando nossa autonomia sobre nossos corpos.